A Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) entra em operação, nesta quinta-feira (1°), concentrando todas as investigações que envolvem pessoas desaparecidas em Salvador, atribuição que era desempenhada, até então, pela Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter).
Instalada no quarto andar do edifício sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Rua das Hortênsias, n° 247, na Pituba, a nova delegacia deverá ser acessada pelo telefone (71) 3116-0000, que é o do plantão do departamento, por qualquer pessoa que busca localizar alguém desaparecido.
Depois das delegacias de Homicídios Baía de Todos-os-Santos, Central e Atlântico funcionando desde o ano passado, a DPP é a quarta a entrar em operação, das 12 previstas para completar a estrutura do DHPP. O departamento foi criado dentro das ações do Pacto pela Vida, programa implantado pelo Governo do Estado com o objetivo de ampliar a segurança da população e reduzir os índices de violência.
Apoio ao interior
A titular da DPP será a delegada Juceli Rodrigues, que está desde 1995 no quadro da Polícia Civil. Pós-graduada em Direito Penal e Processual pela Universidade Gama Filho (RJ), ela já passou pelas DTs de Candeias e Lauro de Freitas, além da Delegacia de Tóxico e Entorpecente (DTE) e Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Segundo Juceli, a DPP atuará exclusivamente em Salvador, recebendo e investigando denúncias sobre desaparecidos, mas casos ocorridos na região metropolitana da capital ou interior do estado - que deverão continuar sendo registrados nas Delegacias Territoriais (DTs) dos municípios - terão todo o apoio da unidade.
“Nós estaremos presentes naqueles casos que forem informados à DPP, investigando se a pessoa desaparecida em alguma cidade do interior veio para a capital”, ressalta a titular. Ela destaca que não é necessário aguardar 24 horas para informar à polícia sobre um desaparecimento.
Desaparecimento
A delegada aproveita, inclusive, para dar algumas dicas sobre como proceder quando uma família ou pessoa se vê diante de um caso de pessoa desaparecida. Ao comparecer à delegacia para registrar uma queixa é importante levar uma foto recente da pessoa procurada e também um documento de identificação.
Ela acrescenta que os casos de desaparecimento envolvendo crianças e adolescentes devem ser comunicados à polícia o quanto antes. “As primeiras horas são cruciais para a elucidação de um desparecimento”, afirma. Segundo dados fornecidos pela Polinter, que durante anos cuidou desse trabalho, em 2011 houve o registro de 750 casos de desaparecimento na Bahia, dos quais 86% foram solucionados.
No mês de janeiro deste ano, somente na capital baiana, 30 casos de desaparecimento chegaram à Polinter e 28 foram elucidados. Com a criação da DPP, a Polinter, a partir de agora, vai concentrar sua atuação em dois segmentos: cumprimento de mandados de prisão, buscas e capturas e encaminhamento de cartas precatórias.
Mais delegacias
Além da DPP, outras duas delegacias do DHPP estão previstas para entrar em operação. Uma ficará responsável pelos casos de homicídios na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e a outra se responsabilizará pelas investigações de homicídios múltiplos, para casos que envolvam chacina e extermínio.
No organograma do DHPP estão previstas também a instalação de cinco delegacias de homicídios no interior. Elas serão responsáveis por cinco grandes regiões do Estado e serão instaladas em Juazeiro (região norte), Itabuna (região sul) Feira de Santana (região leste), Barreiras (oeste) e Vitória da Conquista (região sudoeste). Hoje já funcionam os ‘núcleos de homicídios’.
