Unale e MEC discutem sobre o adiamento das provas do Enem
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Proposta de adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e plano de retorno às aulas, foram alguns dos temas debatidos em audiência remota ocorrida na manhã desta terça-feira (19), entre Unale e o Ministro da Educação, Abraham Weintraub.
A presidente da Unale, deputada Ivana Bastos (PSD-BA), iniciou a reunião relatando ao ministro a preocupação da entidade em apresentar de forma efetiva, alternativas aos estados brasileiros diante da pandemia. “A Unale, que representa os 1059 parlamentares estaduais, dos 27 estados, independente de partidos ou ideologias, tem trabalhado nas mais diversas frentes para buscarmos soluções que atendam da melhor forma as demandas que recebemos em nossas Casas Legislativas. Temos feito um trabalho incessante, principalmente nos temas que mais trazem preocupações à população, buscando soluções e apresentando essas alternativas a todos os estados”, relatou Ivana.
A presidente apresentou ainda, a demanda que a entidade tem recebido quanto ao adiamento da data para a realização dos exames do Enem, tendo em vista a suspensão das aulas devido à pandemia. “Esta é uma solicitação que temos recebido com grande preocupação e queremos entender do Ministério a diretriz quanto a esta pauta, visto que a manutenção da data pode afetar principalmente, os alunos de baixa renda e que tem menos acesso à internet”, relatou Ivana.
De acordo com a secretária da Unale na Bahia, deputada Fabiola Mansur (PSB-BA), também presente no encontro, em alguns estados os estudantes tiveram apenas 15 dias de aulas em 2020, “entendemos o esforço e a preocupação em contribuir com o acesso dos estudantes às universidades, mas incorporarmos o pedido do adiamento para garantirmos que os estudantes tenham tempo de repor os conteúdos aos quais muitos não tiveram acesso, devido às desigualdades educacionais e à falta de acesso a recursos e ferramentas digitais. Entendo que esta é uma preocupação de famílias, de professores e com certeza, do governo”.
O ministro afirmou que o ministério tem tomado medidas de acordo com os dados e pesquisas realizadas quanto à realidade de cada estado. Weintraub relatou que até o momento, mais de 4 milhões de estudantes já estão inscritos no exame, sendo que as isenções de taxas foram concedidas a 3,4 milhões de inscritos. O ministro apresentou ainda diversos dados quanto ao acesso a internet pelos estudantes, baseado em pesquisas realizadas pelo Ministério da Educação e apresentou o posicionamento do MEC.
“Não sou contrário a discutir a não realização do Enem, mas neste momento é prematuro falarmos em adiamento, visto que ainda precisamos ter uma clareza maior sobre o que vai acontecer. Temos investido em recursos para atender às normas sanitárias nas escolas para garantir um retorno seguro às aulas, e avaliamos a realização de uma consulta pública com os estudantes inscritos, para então, tomarmos a decisão sobre adiamento ou manutenção das datas”, explicou.
O deputado federal Ronaldo Santini (PTB-RS), que também esteve presente na reunião, acrescentou que as medidas estão sendo avaliadas e “em trabalho conjunto com o Governo Federal, vamos avaliar as melhores diretrizes a serem tomadas, sem que os estudantes sejam prejudicados. Neste momento, temos que nos unir para que encontremos uma saída que seja justa e atenda da melhor forma, mais este problema que temos enfrentado”.
Para o presidente da Secretaria de Educação da Unale, deputado Daniel Zen (PT-AC), “através da secretaria da Unale, que tem capilaridade em todos os estados brasileiros, temos interesse em contribuir para minimizar os prejuízos aos estudantes diante das circunstâncias trazidas por este momento. Estamos também a disposição para trabalharmos juntos no plano de retorno às aulas, apresentando diretrizes para um retorno seguro e que atenda às orientações sanitárias para garantir a saúde dos nossos alunos e professores”.
A presidente da entidade concluiu o debate, afirmando que “a Unale quer ser parceira do MEC, estimulando as inscrições dos alunos e aguardando as diretrizes da Pasta, tanto quanto a realização das ok provas, observando a necessidade dos estudantes, como na propagação das normas e diretrizes para um retorno seguro às aulas”.